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LEGENDS DE PASSAGEM

Durante este mês de novembro algumas perdas dentro do surf internacional ocorreram e foram noticias. Primeiramente cito aqui a morte prematura do surfer balinês Febri Ansyah de 24 anos semana atrás.. Mas aqui quero referendar os legends, cuja caminhada neste planeta e no oceano, foram de grande importância para o esporte dos Reis. No inicio do mês no Hawaii faleceu o contador de histórias e big rider, bombeiro em Oahu, sujeito apreciador de Jazz e outras facetas mais, que escrevia matérias para o The Surfers Journals, Surfer entre outras, o hawaiano Kimo Hollinger, aos 84 anos de vida.
Ele começou a surfar aos dezesseis anos, mas rapidamente evoluiu para se tornar um destaque em Sunset e Waimea. Hollinger, que adorava ouvir jazz na varanda de sua casa surfou ondas sem muito da glória que seus contemporâneos tinham. Ele evitou os holofotes, mas adorou fazer parte da aventura, contando e escrevendo histórias também. Kimo nos presenteou com histórias de desastres de ondas grandes e travessuras tão nítidas que você poderia jurar que estava lá, todo molhado de tanto rir ao lado dele. Sua narrativa modesta fazia você se sentir como um irmão. Kimo diria que não é um surfista profissional, nem uma lenda. “Sou apenas um observador”, ele se autodenominou. Um observador?
No Dia de Ação de Graças de 1975, pouco antes das baterias finais do Smirnoff Pro, com o surf de Waimea crescendo em lindos 25 a 30 pés, Hollinger e um punhado de outros não competidores foram convidados pelos oficiais da Smirnoff a deixar a água. Ele saiu mas ficou puto; “um surfista treinou-se para surfar nessas ondas. É tudo o que ele pede da vida. Quem diabos é Smirnoff para dizer que ele não pode? Deus criou essas ondas”. Esse era Kimo!


MARK MARTINSON
Nascido em 1947, Martinson cresceu em Long Beach, California, aprendeu a surfar em 1957, foi vice-campeão da West Coast Champions em 62 e em 65 venceu o altamente competitivo campeonato dos EUA. Após o Campeonato Mundial de 1965 no Peru, Martinson recebeu seu aviso de chamada no Exército dos EUA, o que o motivou a pegar a estrada com Greg MacGillivray e Jim Freeman. Ele estrelaria filmes como “Free and Easy” e “Waves of Change” e eventualmente entraria em contato com o governo dos EUA em 1971 (mas durou apenas três semanas no treinamento básico devido à asma). Assim não foi ao Vietnã.
Quando surgiu a Revolução das Pranchas, ele se adaptou e continuou esculpindo. Com o ressurgimento do longboard dos anos 90, ele foi comandado pela Robert August Surfboards em Huntington Beach, onde produziu uma linha de pranchas impecáveis. Ele nos deixa aos 77 anos. Seu sorriso, boa índole e humildade farão falta no oceano.

MIKE MOIR
As imagens de Mike Moir alimentaram muito amor pela Califórnia, sua cultura, seu surf de alto desempenho e suas imagens. Mike Moir era, antes de tudo, um surfista. Sua paixão pelas ondas o levou a explorar o mundo da fotografia, capturando a essência do esporte nas praias de Huntington e Newport desde os anos 60. Nos anos 70, ele testemunhou e registrou as transformações dramáticas no mundo do surfe em Orange County. Das praias de Huntington Beach até Newport e, ocasionalmente, em Salt Creek. Sua contribuição foi fundamental para a evolução da cultura do surfe, indo além das fronteiras da Califórnia.
Moir era um fotógrafo “old school”, produzindo seu melhor trabalho em uma época em que os fotógrafos lidavam com rolos de filme Kodak de 24 ou 36 poses.
Mike Moir deixa um legado inestimável na comunidade do surfe, e sua ausência será profundamente sentida. Seu amor pela arte, dedicação à cultura do surfe e contribuição para a história da fotografia de surf serão lembrados e apreciados por muitas gerações. Ele nos deixou aos 76 anos dias atrás.
Texto by Castro Pereira Fontes Instagram/Hardcore/TSJournals